Na América Central, sobre as terras Maias ancestrais, o Jade é considerado uma pedra sagrada. Sopro divino, pedra da eternidade, ainda hoje em dia acompanha os xamãs em seus trabalhos de cura e de guias espirituais.

Na América Central, mais de 3 milhões de pessoas são descendentes Maias. Esta mesma civilização, composta de vários povos, longe de ter se extinguido, soube conservar sua cultura ancestral, suas línguas e sua espiritualidade. A natureza continua sendo a entidade suprema do mundo e dos povos Maias, que sonham em viver em harmonia com a terra, a fauna, a flora seres humanos. Os xamãs Maias, médiuns entre o mundo terrestre e o mundo divino, são considerados curandeiros, homens ou mulheres médicos, guias espirituais que velam pelo bom funcionamento da terra, dos seres humanos e dos animais.

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Os xamãs atuam entre o mundo físico e espiritual, com grandes conhecimentos sobre a medicina das plantas. A visão de enfermidade para os Maias se dá sobre um plano físico e um plano espiritual. Para isso, a cura implica em uma limpeza da alma, realizada durante um ritual onde o jade desempenha um papel essencial, com remédios feitos à base de plantas.

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Para os Maias, tudo que existe sobre esta terra está vivo. Entre os elementos da criação, o jade ocupa um posto bastante particular. É a pedra do sopro, da alma e do espírito supremo associado com a vida, a morte e a natureza. Extremamente presente, esta pedra se convida ainda hoje às cerimônias xamânicas. Através dela, com jade bruto, os xamãs se unem aos deuses criativos, com o fim de buscar sua benção.

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As variedades de jade verde são mais utilizadas para invocar a Chaac, deus do milho, da fertilidade e da chuva; um deus essencial para as colheitas, o alimento e a boa harmonia na sociedade. Os jades azuis são principalmente apreciados pelos Olmecas, utilizadas principalmente em rituais com a água, simbolizando a regeneração e a renovação.

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Altar, velas com as cores dos quatro pontos cardinais, jades brutos…os xamãs se conectam, através deste conjunto, com as energias, a fim de recebe-las e interpretá-las. Isso explica o fato do jade ser uma pedra tão estimada. O espírito do “sopro” é sempre associado a ele. O jade afasta as energias negativas e tem uma função protetora. Ele une os Maias a seus antepassados e é a pedra da eternidade. 

Em outros tempos, quando um Maia morria, se colocava uma conta de jade na boca do falecido. Nos que estavam enfermos, se passava uma pedra de jade no rosto, com o fim de dar o sopro da alma. Esta associação do jade com o sopro vem dos tempos dos Olmecas, que, ao ver o vapor da água subir desta pedra, quando esquentada pelo sol, pensavam que a pedra respirava. Esta é a razão pela qual o jade foi associado ao vento. Várias esculturas encontradas nos vestígios mesoamericanos ainda mostram este fato.

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O jade também foi utilizado por suas características físicas, por médicos Maias. Os Maias eram odontólogos qualificados, que utilizavam próteses de jade e de turquesa, restaurando os dentes com pirita de ferro. Fonte: Wikipédia

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Se a cultura chinesa compartilha o amor e o respeito do jade com os povos Mesoamericanos, também compartilha elementos da medicina dos curandeiros maias. Isso é o que mostra a excelente reportagem de Bernard Fontenille na rede de televisão franco-alemã Arte, sobre um curandeiro Maia no México, Don Feliciano Galo, um Ah Men. Na reportagem, podemos vê-lo utilizar pontos de acupuntura e explicar ao repórter a importância do centro vital ao redor do umbigo, o que não é nada mais, nada menos que o Qi na medicina Asiática. Fonte: Arte

Os Maias utilizavam a transpiração para se purificar. Os “temezcal” eram verdadeiras saunas. Paredes e tetos de pedra, pequenas aberturas na altura do quarto, a água era derramada sobre pedras quentes nessas salas de vapor. Esses ‘banhos’ eram utilizados para suscitar a cura pela transpiração, purificar e também regenerar.
Os arqueólogos descobriram esses banhos em vários sítios, incluindo Tikal, Aguateca e Nakbe, mas o achado mais impressionante pertence a Piedras Negras, uma clássica cidade maia na Guatemala. Fontes: wikipedia

A farmacopeia Maia utilizava sempre a vegetação fresca sob forma de banhos aplicados diretamente sobre a pele. Em função da enfermidade, as plantas eram fervidas e usadas em bebidas ou banhos à base de plantas. Além das plantas, partes de animais, tais como dentes de serpentes, eram combinados às infusões à base de plantas.
Substâncias psicotrópicas podem ser utilizadas nos rituais xamânicos para se alcançar um estado superior de consciência ou transe. Fontes: wikipedia

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O jade na China era considerado um remédio contra a corrupção; por isso era dado aos líderes e dirigentes. Os alquimistas taoístas utilizavam o jade para produzir bebidas de imortalidade. Com um procedimento secreto, afirmavam poder fazer jade líquido. Esta poção servia para fazer todo tipo de bebida destinada aos imperadores. Entre elas estavam bebidas do amor, que lhes permitiam satisfazer às suas concumbinas.

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Assim como para os Maias, um pedaço de jade era colocado na boca dos mortos na China, como símbolo de proteção, com o fim de que a alma do morto se desprendesse, tal como a borboleta de sua crisálida. Os nove orifícios do corpo também eram cobertos de amuletos de ouro e de jade. Acreditava-se que isso protegia os corpos da putrefação.

ALFA